Existe um ponto de partida mínimo para quem quer começar a se cuidar?

Essa é uma pergunta que muita gente se faz: “Por onde eu começo?” Em um mundo cada vez mais acelerado, com internet, redes sociais e excesso de informação, iniciar um processo de autocuidado pode parecer complicado. Mas a resposta é sim — existe um ponto de partida, e ele pode ser muito mais simples do que você imagina.
Comece devagar e com propósito
A sugestão inicial é clara: comece devagar. Se você ainda não faz nada, comece com passos pequenos. Muitas vezes, negligenciamos o exercício físico por falta de tempo, motivação ou até por experiências ruins com atividades que não nos agradaram. A verdade é que você não precisa gostar de correr só porque todo mundo corre. Tente algo que realmente te dê prazer. Pode ser padel, natação, dança ou até uma simples caminhada no fim do dia.
Use a técnica SMART
Uma ferramenta interessante para dar os primeiros passos é a técnica SMART, que ajuda a definir metas de forma mais estruturada e realista. SMART é um acrônimo para:
- S – Específico: Escolha algo que realmente faça sentido para você. Não adianta seguir a moda. O que você gosta de fazer?
- M – Mensurável: Acompanhe sua evolução. Se está correndo 3km hoje, tente 4km na próxima semana, ou melhore seu tempo.
- A – Atingível: Seja realista. Não adianta sonhar com uma meta impossível — como perder 30kg em dois meses sem cirurgia.
- R – Relevante: Pergunte-se: isso é importante pra mim? Correr pode ser monótono para uns e uma terapia para outros.
- T – Temporal: Estabeleça prazos alcançáveis. Planeje seu progresso com metas de curto e médio prazo.
Adapte à sua realidade
Muitas pessoas desistem porque tentam encaixar rotinas irreais no dia a dia. O ideal é encontrar uma atividade flexível e acessível, como sair para correr perto de casa ou fazer exercícios em casa mesmo. Também é importante considerar o contexto: se você gosta de esquiar, mas mora no Brasil, talvez seja o caso de escolher algo mais viável no momento.
Cuide de todas as esferas da saúde
Autocuidado não é só físico. Saúde emocional, social e espiritual também fazem parte desse processo. Muitas vezes deixamos de lado práticas que nos conectam com nós mesmos, como a espiritualidade — algo que pode trazer equilíbrio e ajudar no enfrentamento das pressões do dia a dia.
Estilo de vida, não dieta milagrosa
Outro ponto essencial é entender que autocuidado não é uma fase, mas um estilo de vida. Dietas malucas, como “dieta da lua” ou “dieta do arroz”, podem até ter resultados rápidos, mas não sustentáveis. Uma mudança real acontece quando há consciência. Um exemplo citado é o uso de aplicativos que ajudam a quantificar os alimentos ingeridos. Foi assim que muitos perceberam o impacto de certos hábitos, como consumir um lanche do fast food que, sozinho, soma mais calorias do que o necessário para um dia inteiro.
Este texto foi baseado na conversa entre o Dr. Diógenes Zãn e o Dr. João Eduardo Tonini Bastianello, no primeiro episódio do podcast “Saúde em 30 minutos”, realizado pelo IMCer. O episódio completo está disponível no YouTube: https://www.youtube.com/@IMCerEducacao